Opinião Sobre a Possível Reunião do Guns n' Roses

Alguns rumores que tem rondado o meio do rock/metal e efervescido fãs do mundo todo dizem que finalmente Axl Rose e Slash fizeram as pazes e estariam planejando uma volta triunfante da formação clássica do Guns n’ Roses.

O texto a seguir representa minha opinião a cerca dos fatos e o que eu espero de uma reunião do grupo mais adorado dos anos 80-90.

 

Da esquerda para a direita: Izzy Stradlin, Steven Adler, Axl Rose, Duff McKagan e Slash.

Com as declarações vindas de várias fontes diferentes e por algumas vezes de forma desencontrada, não dá (ao menos ainda) para levar muita fé numa possível reunião. Para ser sincero acho até bem improvável que algo aconteça de fato.

Axl e Slash podem ter feito as pazes, voltado às boas, selarem um pacto de amizade eterna ou qualquer bobagem. Mas é difícil acreditar que o egocêntrico vocalista ira querer voltar a tocar com todos os mesmos caras com quem brigou judicialmente por anos. Na melhor das hipóteses acredito em alguns shows com os famosos “featurings” ou participações especiais de um ou outro músico aqui e acolá – como os Stones fizeram em sua ultima turnê.

Axl Rose certamente não vai querer dividir a bufunfa em partes mais igualitárias, já que é bem mais interessante contratar um bando de músicos de estúdio e pagar salários em vez de dividir os lucros como se espera em reuniões de nomes consagrados. Lembre-se que divisão de dinheiro foi um dos motivos para Bill Ward ficar fora da volta do Black Sabbath.

Se todos os caras que conviveram com o estrelismo do Axl ainda se lembram dos showzinhos a parte do vocalista, vão pensar mil vezes antes de voltar, claro, o dinheiro em torno de um megaevento como esse pode fazê-los esquecer brevemente e/ou perdoar tudo como bons samaritanos – especialmente os que não conseguiram ir muito longe fora do Guns.

É ainda mais improvável que se reúnam para gravar algum tipo de material novo, nem mesmo com sua banda contratada Axl tem interesse de lançar algo. Depois do parto decepcionante que foi Chinese Democracy ele não teria mais motivos para lançar alguma coisa nova sabendo que vai continuar ganhando rios de dinheiro com turnês milionárias que arrecadam na mesma proporção que mancham o nome do grupo.

A voz de Axl está destruída e nem mesmo toda a parafernália tecnológica disponível em estúdio vai conseguir maquiar isso.

Slash tem lançado bons álbuns em sua carreira-solo e talvez seja demais para ele voltar com todo o inferno que foi o ambiente do Guns em seus últimos anos com a banda, mas o saudosismo pode falar mais alto.

Se o guitarrista topar voltar provavelmente o baixista Duff McKagan também vai topar. Já que a única coisa que o pode impedir é a camaradagem com Slash – nos últimos anos só tem tocado como músico de estúdio. Não grava nada com o seu Loaded desde 2011.

Dizzy Reed é o ex-membro que sempre vai estar mais aberto a uma reunião já que é amigo de Axl e tem uma relação relativamente boa com todos.

O guitarrista Izzy Stradlin e o baterista Steven Adler devem ser os mais interessados numa possível reunião.

O guitarrista não lança nada relevante desde os anos 90 e até participou de alguns shows do Guns em anos passados.

Enquanto o baterista teve a carreira destruída pelo consumo de drogas e hoje está mais para um cover de si mesmo tentando manter-se no mercado de qualquer jeito. É até provável que se essa reunião rolar ele fique de fora, neste caso o substituto provável seria Matt Sorum ou o atual baterista da banda Frank Ferrer.

Mas ai você me pergunta: E se mesmo com todos os empecilhos acontecer?

Eu respondo: Vai ser mais uma dessas reuniões de bandas que só voltam para arrecadar mais e mais o dinheiro dos pobres fãs que não conseguem perceber a mediocridade em que caíram seus ídolos. Aquelas famosas “turnês casa-níquel”. 

Essa reunião me lembra daqueles casamentos (ou namoros) em que o casal vive em pé de guerra, aguentam um monte de porcaria um do outro até o amor acabar e mesmo assim eles ficam tentando manter a relação naquele irritante junta-e-separa.

O que nunca é bom para nenhuma das pessoas envolvidas.

Para quem não viveu naquela época pode ser uma boa poder ao menos uma vez assistir sua banda favorita ao vivo, para os que viveram o auge do Guns será uma burrice gastar uma dinheirama para ver um grupo que vai estar desentrosado e que nitidamente não vai mais ter a química de antes. Pode literalmente destruir a imagem construída por eles em nossas mentes.