Os parceiros: Stan Getz e João Gilberto. |
Essa é a quinta parte da nossa lista – espero que estejam
gostando! No Brasil, muita agitação acontecia com o Golpe Militar que derrubou
o presidente João Goulart do poder em 1º de abril de 1964. Fora do país a
agitação acontece por conta da chegada dos Beatles aos EUA e sua ascensão nas
paradas americanas. No Reino Unido a novidade é a estreia do Top of the Pops na
BBC, um dos programas musicais mais famosos do mundo.
1964:
10º The Animals – The Animals
(Rock / MGM Records) – Versão americana do álbum de
estreia da banda. Emula de forma arrebatadora clássicos do r&b, blues e
soul com a roupagem rock and roll da Invasão Britânica. O trabalho de guitarras
e órgão é brilhante e a poderosa voz do pequeno Eric Burdon de arrepiar.
9º Bob Dylan – Another Side of Bob Dylan
(Folk / Columbia Records) – Como o título dá a entender,
este é um trabalho diferente de Dylan. Fortemente associado a música folk de
protesto ele tentou abordar temas menos engajados e mais triviais, embora o
disco não seja feito só de baladas de amor. Contém algumas de suas primeiras
canções poeticamente abstratas.
8º Otis Redding – Pain in My Heart
(Soul / Atco Records) – O álbum de estreia do soulman
Otis Redding é um devastador registro de melancolia e sofrimento. Embora tenha
seus momentos de descontração é trilha sonoro perfeita para os corações
partidos. A forte carga emocional empregada em cada uma das faixas tornou-se
marca registrada do estilo Otis Redding de cantar.
7º The Beatles – Beatles for Sale
(Rock / Parlophone Records) – Um pouco abaixo da média em
termos de qualidade se comparado a outros álbuns dos Beatles, foi uma clara demonstração
de desgaste. Em 1964, depois de 3 discos lançados no Reino Unido e muitas
turnês eles começavam a sentir o peso de ser um beatle. Um clima
autodepreciativo permeia boa parte do álbum que mistura composições próprias e
rockões dos anos 50.
6º Jerry Lee Lewis with the Nashville Teens – Live at the
Star Club, Hamburg
(Rock and roll / Phillips Records) – Considerado um dos
discos mais selvagens de rock and roll já lançado. Apesar de ter passado por um
extenso trabalho de mixagem – as gravações originais tinham uma qualidade
sofrível – consegue sintetizar bem o espirito agressivo de Jerry Lee Lewis. Acompanhado
pelos ingleses do Nashville Teens, o “Killer” implode o palco por onde os
Beatles haviam passado dois anos antes.
5º Eric Dolphy – Out to Lunch!
(Avant-garde jazz / Blue Note Records) – Álbum póstuma do
saxofonista Eric Dolphy – que faleceu 2 meses antes de seu lançamento. Um marco
do avant-garde e um verdadeiro show de improvisação e liberdade musical. É como
se para Dolphy não houvessem partituras. Aviso: Atenção! Os solos dos
instrumentos de sopro podem fazer sua cabeça explodir.
4º Muddy Waters – Folk Singer
(Blues / Chess Records) – Depois de ganhar notoriedade
como interprete de blues-elétrico, Muddy Water decidiu voltar às suas origens e
gravar um disco folk. Acompahando de um time estelar que contava com o
baixista/compositor Willie Dixon e o jovem guitarrista Buddy Guy. Com sua
apurada técnica de bottleneck sobre uma guitarra-acústica equiparasse aos
antigos mestres do blues do Mississipi dos anos 30.
3º Stan Getz & João Gilberto – Getz/Gilberto
(Bossa nova / Verve Records) – A fusão ideal entre samba
e jazz. Com temas sofisticados e cheios de swing é um dos melhores registros de
cooperação entre artistas de diferentes nacionalidades. João Gilberto traz a
brasilidade de sua poesia e Stan Getz contribui com a leveza luxuosa do jazz
americano. É o álbum de jazz mais vendido da história.
2º Bob Dylan – The Times They Are a-Changin’
(Folk / Columbia Records) – O primeiro disco de Dylan a
conter somente canções autorais. Tem um clima ainda mais pesado que seu
antecessor, as letras pungentes mantem-se presentes, mas com a adição de certa
dose de revolta e raiva em cada palavra cortante proferida pelo cantor. É como
se cada uma das faixas fosse uma mensagem direta há algum pobre coitado de quem
Dylan desaprovasse a conduta e destilasse todo seu veneno de ironia e
sinceridade. É considerado um marco e uma das principais fontes históricas da
agitação política dos anos 60.
1º The Beatles – A Hard Day’s Night
(Rock / Parlophone Records) – O ponto de virada na
carreira dos Beatles. Aqui todas as músicas foram escritas pela dupla
Lennon/McCartney que começavam a mostrar um talento incrível para compor
melodias de sucesso. Foi a trilha-sonora do filme homônimo estrelado pelo Fab
Four (no Brasil ‘Os Reis do Iê-Iê-Iê’). Foi concebido mais voltado para o
classic pop e menos rock and roll que os dois álbuns anteriores. O que não é de
todo ruim, já que possibilitou o desenvolvimento de acordes ousados e harmonias
vocais poderosas que se tornam inviáveis em canções mais acelerados. É um
verdadeiro marco na história da cultura pop ocidental por abrir fronteiras em
vários estilos musicais ao mostrar que o pop sofisticado e a crueza do rock
podiam caminhar juntos. Influenciou também o início da eletrificação do folk em
um dos principais movimentos que iriam surgir nos próximos anos. Hoje com a
evolução da música A Hard Day’s Night pode até não parecer tudo isso que dizem
por aí, mas o ‘x’ da questão é que foi o responsável por mudanças drásticas no
modo de ser criar e fazer música.
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